segunda-feira, 30 de abril de 2012


Li  e  reli Os Dois Manés  do meu amigo  Tó  Vilela. Puxa  vida! Pelo que entendi, empatamos. É uma convocação à cidadania. É justamente isto que venho tentando dizer neste blog. Precisamos ser nós mesmos e deixar de sermos conduzidos. Precisamos pensar no coletivo da comunidade  e pararmos  de buscar benefício próprio. É justamente isto que venho tentando dizer.Bate de cheio com o prefácio do suplemento, quando diz:” ...Mané não se trata de nome ou apelido de apenas uma pessoa, mas de todos os que se encontram envolvidos numa organização, que terá sua trajetória política, sociocultural e histórica determinada pela debilidade e pela falta de expectativas  e perspectivas  nada  promissoras  caso  suas  vontades  e  atitudes  sejam  desconectadas  e menores “.Mais  à  frente  o  prefácio diz: “Mané é  aquele  que  acredita  que  se  dá  bem  em  tudo, com  e  contra  todos,  quando,  na  verdade, arruína  seu  próprio  destino  e  o  dos outros”.É  por  isto que  eu  sempre  digo que  essa   política  de  grupo  é   maléfica  ao  município,  porque  ela  gira  em  torno  de uma, duas  ou  três lideranças  que  formam  o  chamado  curral  eleitoral. E nós, os  Manés  eleitores,  que  ouvimos mas  não  escutamos,  os  transformamos  em  ídolos.  E só  passaremos  a  escutar  quando  adquirirmos  a nossa  condição  de  cidadãos.Se  procuramos  hoje  pelos  nossos cidadãos,  vamos encontrá-los  nos lixões, à  procura  de  algo para  vender, roupa para  vestir  e,   muitas vezes,  até algo para  comer . Vamos encontrá-los na marginalidade, a  grande  maioria por  falta de  oportunidade  de  uma vida  digna  e/ou  amparo social. Vamos  encontrá-los  no  samba  do Chico  Buarque: “ Me trouxe  uma  bolsa  já  com tudo  dentro/ Chave e  caderneta, terço  e  patuá” mostrando uma  deliquência  vítima  do  social  e  a  descrença  do  povo  nas  autoridades    constituídas, de  maneiras  legais  e  ilegais, acreditando   muito  mais  em  objetos  místicos  das  religiões. Vamos  encontrá-los nos  corredores  dos hospitais  à  espera  da morte,  nas  filas  do  INSS,  dos  bancos  e  aeroportos. Nossos cidadãos,  para  fugirem  da  fome,  trocam  a  dignidade  por  uma  cesta  básica.Tudo  patrocinado  pelos  poderosos  políticos  que  assim querem  para  que  eles  tenham  uma  cidadania  forjada  na  corrupção,  protegidos  que  são  por  uma  democracia  frágil e  um  capitalismo  cruel.  E,  muitas  vezes,   a  sociedade  finge  que  nada vê. É  isto  aí,  Tó Vilela! Todos  podem  não  escutar  o  grito, mas os poucos que  escutarem poderão  mudar  o  norte  da  nossa  cidade e  do  nosso  país.  

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