terça-feira, 2 de julho de 2013
ANTES E HOJE
Eu me lembrava hoje de dois grandes vereadeores que João Monlevade teve. Um,praticamente analfabeto,mas de uma inteligência raríssima, que era o Océlio Aguilar Carneiro. Decorou todo o regimento interno da Câmara e as leis.Na época, não havia a Lei Orgânica Municipal. Lutou quase sozinho contra o governo de Lúcio Flávio de Souza Mesquita. Se opunha contra projetos e outros atos que iriam em favor da política daquele prefeito e o fazia com argumentação forte, deixando a bancada da situação sem saída na questão dos argumentos. Tinha, como único e fiel parceiro, Climério de Carvalho que, como ele, também não tinha cultura didática e muito menos capacidade de convencimento. Mas o Océlio era praticamente imbatível no debate. Aguçou o ciúme do Wilson Vaccari e os dois terminaram indo às vias de fato, com o Vacari quebrando o braço dele. Um outro que se notabilizou como vereador foi Ricarbene de Souza. Acadêmico, bom orador, voz privilegiada, enfrentou uma barra pesadísima durante o governo de Leonardo Diniz. Estava sozinho contra os seus pares na Câmara e as articulações do lado de fora feitas pelo Gleber Naime. Mas brilhou. Tanto que Leonardo, de certa feita, no Sucupira, chegou a dizer que trocava todos os vereadores dele pelo Ricarbene. E ele irritava, ironizava os adversários com a facilidade do vocabulário, contra o analfabetismo de alguns e a incapacidade oratorial de outros. Algumas vezes o João Bosco Pascoal o ameaçava, dando a entender que estava armado. Uma pena que perdeu a eleição seguinte, dado ao massacre que sofreu durante a eleição por seus adversários, e acabou mal numa situação que nem merece comentário. Eu fico a observar hoje essa diferença. Se houver coragem e inteligência por parte da minoria que é oposição, há como fazer frente. É preciso inteligência e coragem. É preciso saber que é oposição e que não vai receber as "graças" do governo. Mas esteja certo quem estiver na oposição que ninguém da situação também vai, porque nenhum prefeito deixará de se auto promover para promover vereador. Pelo menos, na história política monlevadense, este fato jamais aconteceu. E prefeito mais fraco que o atual é difícil. E vereadores mais fracos que os atuais também.
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