quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Leio o livro Os Essênios e os manuscritos do mar Morto, de Fernando Moretti. Para se comentá-lo, há a necessidade de explicar antes, principalmente para os que não sabem, que o judaísmo era dividido em alguns segmentos com a predominância do judaísmo original, enquanto as divisões eram formadas por grupos pequenos. É nesses grupos que se encaixam os Essênios, corrente que acreditava que todos nós temos um espírito e que este passa por várias vidas, tal e qual o espiritismo, ao contrário dos saduceus,que não reconheciam nem espírito, nem ressurreição e nem anjo, mas os fariseus reconheciam uma e outra coisa. Primeiramente é preciso lembrar que os hebreus sempre tiveram, também, grupos pagãos, herança advinda dos egípcios e que se arrastou pela história deles. Há de se lembrar ainda que, após Cristo, os cristãos se enfrentaram com Roma, Grécia e Turquia pagãs, sofrendo a influência direta do romanismo cujo país dominava o povo hebreu. E foi justamente Roma que instituiu o cristianismo como religião oficial, por ato de um governo pagão. Muito bem. Vamos ao livro. De antemão, é bom que todos saibam que a palavra espírito vem do hebraico RUACH que, traduzida para o grego, significa pneuma que, traduzida para o latim, significa pneumático que, traduzida para o português, significa câmara de ar. Se voltarmos à criação veremos Gênesis 2 versículo 7 que " Deus soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente." Em momento algum disse que deu ao homem algo com vida independente do corpo. O fato de ter dito Deus " façamos o homem a nossa imagem, a nossa semelhança", não significa vida fora do corpo, porque Ele nos deu o domínio sobre a Terra, poder para criar e recriar, comandar tudo, ter o dom da vontade, que nos coloca superiores a tudo e todos na Terra, e, se lermos o evangelho de João, capítulo 5, versículos 25 a 29, 39 e 40, 44 e capítulo 11, versículos 23 e 24. além de Paulo em I Coríntios, capítulo 15, versículos 51 a 56, veremos a ressurreição dos mortos no último e grande dia, que será o Juízo Final, onde a paz voltará a reinas aos homens de boa vontade como anunciado no nascimento do Redentor. Por isto, discordo do livro citado, pois ele é tendencioso ao segmento espírita, inclusive citando que Jesus colheu os ensinamentos que deu entre os Essênios, desmentindo o próprio Jesus que disse que falava o que ouviu do Pai, que foi enviado d'Ele etc. E mais: os Essênios jamais deram qualquer testemunho de sabedoria divina em seus feitos, pois não há qualquer registro. E ainda: a própria Bíblia diz que Jesus, antes de iniciar a Sua vida missionária, trabalhava na carpintaria de José. E não existe crenças às meias. Ou se acredita em tudo ou não se acredita em nada. Aproveito o ensejo para dizer que tem muita igreja pregando a Bíblia de forma errada, conforme os preceitos da instituição e, assim, contribuindo para a chamada Babilônia que há de vir e já se forma no meio religioso, anunciada no livro do Apocalipse. E quem tem ouvidos de ouvir, ouça.

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