terça-feira, 8 de julho de 2014

O médico Luiz Fernando Amaral, quando vereador, dizia sempre na Câmara, que não há nada melhor do que um dia depois do outro. O tempo vai passando e a gente vendo a razão daquele ótimo médico e ótima pessoa. E entende: o tempo é o senhor da justiça, porque a justiça é a razão. A sentença do juiz da segunda Vara no processo que envolve o prédio da sede da atual Fundação Casa de Cultura e o empresário Márcio Passos, quando este perdeu os direitos sobre o imóvel e requereu o dinheiro que nele fora investido, veio fazer justiça a quem nunca teve nada com isso se a permissão de uso delegada a ele pelo Executivo, em outra ocasião, era ou não lícita. Não foi ele quem assinou a permissão. Não foi ele quem deu o parecer jurídico. Ele recebeu um galpão que tinha em sua frente dois cômodos para escritório. Investiu e transformou o local em sede do seu jornal e de sua gráfica. Em toda a história o que se vê é o procedimento irresponsável da permissão de uso, e, por outro lado, um prefeito despreparado para governar, que dirigiu o município sob a orientação inconsequente de um assessor também despreparado e que não tinha qualquer compromisso e seriedade no trato com as coisas públicas. A prova é que, agora, o município terá que ressarcir o empresário jornalista, até porque quem está usufruindo do imóvel é o município. Um imóvel, como já disse, que teve alto investimento por parte dele. E mais justo ainda porque a sua empresa emprega cerca de vinte pessoas e Márcio Passos cumpre seus deveres pecuniários com o município rigorosamente em dia. Pois bem. Vou fugir um pouco da questão para falar de algo paralela à ela. Conheço o Márcio Passos desde o tempo em que ele tinha uma empresa por nome MAPA Publicidade. Ainda no início da década de 70. Depois ele passou uma temporada em Belo Horizonte. Retornou para trabalhar com restaurante. Não deu certo e montou o jornal A Notícia, na rua Hamaceck, onde residia. De lá, mudou-se para a rua Floresta. Posteriormente, para a rua Brasília. Finalmente, para a rua Louis Ensch. Conseguido o imóvel que lhe foi arrebatado por ordem da justiça, mudou-se para lá. De lá, para onde está hoje. Trabalhei em seu jornal por quatro anos e sempre mantivemos uma relação amigável, mesmo independente de ter sido eu assessor de Comunicação por quase quatro mandatos. Apesar de todas as mudanças, todos as dificuldades que sei que foram muitas, todos os fatos como o aqui citado, nunca presenciei nenhuma proposta imoral por parte dele a quem quer que seja. Jamais vi qualquer tipo de clientelismo envolvendo sua empresa com particulares ou serviço público. E não me lembro em tempo algum o jornal ter perdido a sua periodicidade, o que demonstra compromisso com assinantes e leitores avulsos. Compromisso e responsabilidade empresarial. E estou fazendo este último relato para que um determinado cidadão, que hoje, ao ler a manchete do jornal A Notícia, deu uma vomitada: "Tem muita gente querendo ganhar dinheiro fácil", tenha mais respeito com as pessoas, Sou testemunha de que ele ganhou foi trabalhando e que, caso o seu pai deixasse alguma herança, jamais tentaria passar algum irmão para trás, mesmo que esse irmão fosse um alcoólatra inveterado. Falado e assinado.

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