terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sou municipalista e explico as razões. Ninguém conhece mais o povo do que ele próprio. É o povo que vê os seus pares almoçando em cima de alguns tijolos ou pedras, com suas marmitas portando arroz, feijão e macarrão, quando,ao mesmo tempo, os políticos e governantes estão em restaurantes de luxo,com fartos almoços ou banquetes. É o povo que vê os bancários lidando com altas cifras financeiras, enquanto em seus bolsos não há um tostão. É o povo que vê as polícias civil e militar arriscando a vida e a viuvez do lar ao enfrentar bandidos, às vezes mais armados do que eles, em troca de um salário ínfimo. É o povo que vê os professores lutando dia a dia com crianças, adolescentes e, muitas vezes, rapazes e moças, para dar-lhes uma formação no futuro, em troca de um salário vergonhoso, enquanto políticos e governantes ganham salários e outros dividendos polpudos para destruírem o futuro que todos, trabalhadores, policiais, bancários, comerciantes e comerciários, professores, advogados, médicos e outros profissionais liberais tentam construir neste país. O município é forte porque são os municípios que formam o Estado e estes o país. Nos municípios está o povo, que dá o poder aos políticos, embora mal muitas vezes, mas, se agregado, se trabalhado de uma forma honesta pelos formadores de opinião, faz a mais bela revolução democrática: a revolução pelo voto. Sou municipalista ainda porque, países sem municípios, como Luxemburgo e Mônaco, são possessões, o que não é o caso do Vaticano por tratar-se de uma situação religiosa. O município, embora poucos notem, á a mola propulsora do governo federal, porque tudo que ele arrecada vem do município. Imaginem quanto o governo federal arrecada em João Monlevade, ou já arrecadou ao longo da sua história, e quanto ele devolveu a título de benfeitoria. A diferença é uma enormidade. É por isto que vivo a conclamar, através do que escrevo, que a nossa preocupação maior tem que ser com a nossa cidade,dando solução aos problemas dela, procurando fazer uma politica honesta e uma administração municipal austera. Para tanto, é preciso saber cobrar de quem lidera o poder. Exigir dos nossos edis maior rigor na fiscalização do Executivo. Maior empenho na elaboração e/ou modificação das leis para que elas acompanhem a modernização do município. Fazer a política do desinteresse pessoal ou de grupos e olhar para o coletivo. Lembrar a todos que estão no poder que a cidade não lhes pertence. Temos alguns exemplos do que é governo voltado para o município: em Vila Velha, o prefeito cancelou o carnaval para cuidar da cidade. A cidade pertence ao povo de lá e não ao turista. Em Monlevade não se gasta com o carnaval mas também não se aplica o valor relativo em benefício dela. Falta de visão municipalista. E vamos suportando a cidade que só recebe obras de conserto ou remendo. Novidade mesmo, nenhuma.

Um comentário:

Unknown disse...

Meu amigo. Quem bom ler as suas crônicas novamente, já estava com saudades.
Saude para vc meu Rei e um forte abraço (nosso) desse seu fã.