Chico Franco

A viagem do prefeito lá para a Europa coincide com o 13º aniversário da morte do meu amigo particular e de quem tive a honra de assessorar em dois mandatos, homem íntegro e prefeito probo, austero, acima de tudo amante de João Monlevade e líder da comissão emancipadora do município, Germin Loureiro, a quem todos carinhosamente chamavam de Bio. A ocasião me fez lembrar de Josué Henrique Dias e de Antônio Gonçalves, outros dois que perfilaram na lista dos que passaram pela prefeitura, ao lado do Bio, de forma irrepreensível e todos três fazendo oposição ao regime militar que vigorava na época. O momento é de falar do Bio, e posso dizer que ele fez muito por nossa cidade. Madrugava correndo as obras da prefeitura. Nunca houve necessidade de espera para que alguém fosse recebido em seu gabinete. Recebia a todos com delicadeza, embora por descendência portuguesa, fosse um pouco carrancudo e, às vezes, franco no seu modo de falar. Morreu pobre e nunca viajou para o exterior. As mais longas viagens que fez foi para a região do Alto Xingu para pescar. Deixou, assim como Josué Henrique, e certamente nos deixará Antônio Gonçalves, um legado que deveria servir de exemplo a todos aqueles que seguissem as suas pegadas.