sábado, 8 de fevereiro de 2014

Compro o jornal A Notícia de sexta-feira última e vejo na capa a arte que um dos funcionários brilhantemente fez. Transformou aquele local onde se acha o depósito da Brahma, a escola de motorista etc. em uma praça que nos faz lembrar a Praça Raul Soares, em Belo Horizonte.Muito bem. Achei de maravilhoso bom gosto porque mudaria totalmente a paisagem do centro da cidade, ao mesmo tempo em que resolveria a fluidez do trânsito. Mais tarde, comentando com uma determinada pessoa, recebo dela a resposta de ser contra. Perguntei a razão e ela me disse que seria mais uma praça para andarilhos fazerem residência nela. Mais uma praça para ficar imunda quanto as outras. Mais uma praça para se construir banheiro público que ficaria com fedentina que atingiria um quilômetro. Mais uma praça de jardins horríveis e de árvores que nem os enfeites de Natal colocados há três anos são retirados. Eu me coloquei a ouvir e não tive como replicar, o que significa, no fundo, que ele estava certo. A minha reflexão pelo que me foi mostrado por aquela pessoa me fez criar uma série de indagações: meu Deus, será que eu não posso dizer tudo isso à alguém? Será que nossa cidade será sempre administrada, de uns anos para cá, com tanto desamor assim? Será que teremos que perder a esperança? Será o nosso povo insensível ao chão que pisa? Vivemos o desencanto administrativo? Não, não é verdade. Os mandatários do poder político não são os donos desta cidade. Os plantonistas do poder não são mais do que aqueles que aqui residem há muitos anos e que aqui trabalharam, criaram seus filhos e contribuíram para o desenvolvimento do município muito mais do que eles, porque eles são minorias. Não podemos aceitar a indiferença como resposta aos quase vinte e seis mil votos confiados numa eleição. Temos que gritar. A compassividade diante do marasmo é uma insensatez. Executivo e Legislativo se fazem autoridade diante da administração do município, mas não são autoridades maiores daqueles que lhes conferiram o poder, ou então rasgue-se a Constituição (Todo poder emana do povo, pelo povo e para o povo). Não podemos aceitar que o desencanto tome conta de nossa população, porque é justamente o desencanto que tira até a condição de sonhar, como sobreposto pelo jornal A Notícia, repito, numa arte maravilhosa. Não nos roube o sonho, senhores plantonistas. Deixe-nos, pelo menos, sonhar. Não nos venda as ilusões de que tudo vai maravilhosamente bem com falsas informações, como aquela do valor repassado à Liga Monlevadense de Futebol, de R$125 mil, quando na realidade, para o esporte, foram somente R$32 mil. Não esconda do povo informações administrativas como a ordem de embargo da construção de um prédio que foi parar vergonhosamente na Justiça, e ainda por cima mandar agentes administrativos pedir à parte contrária que não diga nada à imprensa, porque isso significa ditadura branca. Dá-nos, senhores de plantão, pelo menos ares de dignidade dessa administração caótica, que ainda não disse a que veio e o que é pior, rouba-nos os sonhos que sempre tivemos com esta cidade, de vê-la alegre e feliz no seu cinquentenário e para sempre. Lembrem-se: se a Pátria somos todos nós, como disse Rui Barbosa, João Monlevade somos todos nós.

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