terça-feira, 25 de março de 2014

Os conceitos que são adquiridos quando criança permanecem e, se a gente não acordar, eles não são mudados. Lembro-me bem da professora ensinando o que é um tirano. Guardei tudo que ela disse. Ocorre que o tempo passa e a gente percebe que o tal personagem não está focado somente nas características ensinada por ela. Tirano não é só aquele que se apodera de um poder, se torna absoluto e faz da sua força uma forma de opressão. Tirano é todo aquele que usa a força, seja ela do que tipo for, para impor a sua vontade como forma de regra e lei. Não precisa estar no trono. Basta, para tanto, ter condições de mando. Tirano é todo aquele usa o dinheiro como forma de poder, pois oprime o necessitado que se torna seu subalterno. Tirano é todo aquele que galga um determinado cargo e o utiliza para coagir, para achincalhar e até para humilhar as pessoas simples. Tirano é todo aquele que adquire poder na hierarquia constitucional de um país, quer pelo voto, quer por concurso, e rouba a classe pobre desviando dinheiro público para o seu patrimônio, tirando dela o direito a uma consulta médica, a comprar um medicamento ou a estudar um filho. Esta última classe foi disseminada e enraizada no Brasil de uma forma que tem nos colocado, a nós, povo, descrentes do futuro desta terra e desesperados pelo que espera nossos filhos. Somos um Brasil de tiranos legalizados por uma justiça capenga. E não abro exceções para qualquer partido político. Todos, de A a Z. Um congresso desvairado, constituído de pessoas sem caráter, de quem não tem compromisso nem com a própria família, porque dão a elas um pão infame, desonesto e sujo. Governantes cheios de mazelas e cercados de gente da pior estirpe, lesando os cofres públicos sob os olhares complacentes daqueles que, ao invés de fiscalizá-los, comem no mesmo cocho. São os tiranos que assim se mostraram muitas vezes empurrados pelo próprio povo. E que ainda se dizem salvadores da pátria e da democracia, porque foram lá colocados pelo voto. Esqueceram-se do que eram antes e do que são agora. Eu me reporto à minha professora e a vejo falando com a voz firme. E penso comigo: coitadinha. Na época dela não era assim. As portas das cadeias estavam abertas esperando os maus. As pessoas tinham mais um pouco de caráter. O pão dos filhos eram tidos como abençoados. Ficávamos em pé e colocávamos a mão sobre o coração na hora de cantar o Hino Nacional. Ouvíamos dizer, pelos professores, que o Brasil era o país do futuro. Mas nunca disseram que futuro seria. E hoje vemos. Eles se foram e não viram. Felicidade deles e azar o nosso.

Um comentário:

Unknown disse...

Como sempre falou "bonito".
Vem aí a nova novela "PETROBRAS".Será que ela acaba antes das eleições?