quarta-feira, 30 de julho de 2014

Na sexta-feira, depois de amanhã, estará sendo lançada no Real Esporte Clube. a candidatura a deputado estadual de Tito Torres, filho do ex-deputado estadual Mauri Torres, atual Conselheiro no Tribunal de Contas de Minas Gerais e também pai de Teófilo Torres, atual prefeito de João Monlevade. Secretários e demais escalões da confiança do prefeito já foram convidados para uma reunião amanhã, quando, por certo, serão dadas ordens para que todos abracem a candidatura do irmão e peçam votos, "que é chegada a hora de mostrar a nossa força". Reporto-me à história que começou há quase um século, quando os Bias Fortes e os Bonifácio Andrada se debateram politicamente em busca do poder em Minas, encheram familiares deles por toda parte, com alguns remanescentes ainda existindo em cargos importantes, e causaram muito mais danos ao Estado do que benefício. Barbacena que o diga. Vemos aí a história dos Sarney, que também encheram o Brasil, e fizeram mais malefícios ao país do que benefícios. Vemos agora crescer uma nova dinastia, justamente em nossa cidade, João Monlevade, cidade que deixou como herança a simplicidade e honradez de políticos que passaram por ela, como Josué Henrique, Germin Loureiro, Antônio Gonçalves, Leonardo Diniz, cujas cartilhas não serviram de exemplo aos midiáticos atuais, principalmente porque não se originam de famílias pobres e simples, senão com o tom da burguesia, numa terra que foi feita com o trabalho operário. Exatamente em momentos assim, eleitorais, que vemos o quanto estamos na contramão da real democracia. Vem o poderoso economicamente, candidato, pedir, quase mendigar votos para ele, e pedir justamente como que se o cidadão fosse o "grande poderoso do momento". Após as eleições, o robusto eleito se veste da condição de "todo poderoso" e o cidadão passa a ser o mendicante e desvalorizado ser humano. Não é bom conjecturar, mas, pelo andar da carruagem, no próximo pleito deveremos ter a filha do Mauri Torres candidata a prefeita para, daí a dois anos, os dois irmãos fazerem dobradinha para estadual e federal. Aí o quadro estará completo. Restará ao monlevadense somente uma alternativa: mandar fazer uma coroa de ouro e declarar oficialmente o reinado da família que menos trabalhou na vida e que se tornou uma das mais poderosas do interior de Minas Gerais, numa cidade cuja história começa com o trabalho escravo, passa pela potencialidade de empreendedores europeus e parece fadada a terminar nas mãos dos políticos profissionais.

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