quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Há vultos que se há de reverenciá-los. Há uma personagem brasileira que é muito conhecida no eixo Rio/São Paulo, mas que, no interior, muitos não conhecem e outros nem ouviram falar. Trata-se de Abigail Izquerdo Ferreira, nascida no Brasil mas que foi levada quando tinha um ano de idade para a Espanha, acompanhando a mãe que era de lá. Aos nove anos retornou ao Brasil para viver com o pai, um grande empresário artístico e maior ainda ator brasileiro, Procópio Ferreira. Trata-se de Bibi Ferreira, a quem o mundo artístico chama de A Dama do Teatro, mas que eu, talvez por atrevimento, chamo de A Dama do Mundo, e vou explicar a razão. Ao retornar ao Brasil, começou a trabalhar com o pai no teatro e o sucesso começou. Precisando estudar, teve sua matrícula recusada pelo Colégio Sion, por ser filha de ator. Estudando em outra escola e trabalhando, se notabilizou como atriz. Aos 19 anos, montou a sua própria companhia de teatro e, logo depois, foi para Portugal, onde dirigiu peças teatrais com grande sucesso durante quatro anos. No Brasil, dirigiu peças famosas como My Fair Lady, Brasileiro profissão Esperança e Deus lhe Pague. de Joracy Camargo e roteiro e trilha sonora de Paulo Pontes e Chico Buarque de Holanda, ocasião em que dirigiu Walmor Chagas, Msrília Pêra, Marcos Nanini e outros 50 atores famosos. Na década de oitenta recebeu os prêmios Mambembe e Moliére, por sua atuação interpretando Edith Piaf, espetáculo que correu o mundo e esteve em cartaz por seis anos, dois deles no Olimpia de Paris. Todas as citações que faço são a grosso modo, porque ela esteve no palco dezenas de outras vezes, contracenando inclusive com Paulo Autran. Ao comemorar seus 50 anos de carreira, foi para o palco com Bibi In Concert. Em 1999, dirigiu a ópera Carmen, de Bizet. Casou-se seis vezes, mas foi do segundo casamento que teve a sua única filha. Poligrota, com uma cultura vastíssima, sua última façanha foi correr os Estados Unidos, França, Inglaterra, Holanda e Portugal com um conjunto musical mostrando ao povo desses países o grande compositor brasileiro Noel Rosa. Ela nasceu em 1922, estando portanto com 92 anos, lúcida e defendendo, sempre que há oportunidade, a cultura do teatro e da música brasileira. Bibi atuou também como apresentadora de Tv e dirigiu shows musicais, mostrando talento ainda como compositora. Este é um pequeno relato sobre Bibi Ferreira, mulher fantástica pela cultura e inteligência, amante do Brasil e suas coisas, que todo brasileiro deveria conhecer bem, mas que, infelizmente, o que é mostrado é a Valesca Popozuda, Madona e outros bichos da época. E viva Michel Teló!

Um comentário:

FERNANDO disse...

Grande Chico Franco .OTIMA POSTAGEM