sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vou fazer um pequeno introito para que os que não conhecem João Monlevade entendam melhor. O município tem cerca de 90 a 100 mil habitantes, embora o IBGE só estime 75 mil, mas trata-se de uma jogada do governo federal para pagar menos Fundo de Participação, que é pago de acordo com a população. Completou no final de abril 51 anos de emancipação. Tem uma receita de R$200 milhões por ano. Aí dirão os que não conhecem: deve ser um paraíso! Não é. Tem problemas sérios na área de saúde, educação e segurança pública, embora, na saúde, tenha um hospital que é referência regional, mas que, administrativamente, peca no atendimento, e muito, principalmente nos casos de pediatria e maternidade. A população paga, não sei por qual razão, uma conta de energia elétrica das mais caras de Minas Gerais.Isto posto, vamos ao foco da questão. No limite urbano da cidade, justamente num dos maiores e mais promissores bairros, há uma fazenda, que muitos chamam de "sítio", que ali sim, é um verdadeiro paraíso. Tem uma bela mansão, gado leiteiro da melhor qualidade, seguranças particulares comandados por um ex policial, e, se um animal demonstra doença, é socorrido imediatamente, se uma vaca vai parir, é assistida na parição e a conta de energia elétrica deve ser das mais baratas, porque é zona rural, embora o município não tenha registro de ter esse tipo de logradouro. É aquilo que já escrevi das questões antagônicas que a cidade vive. Mas, dirão alguns: e daí? Daí que a fazenda é de um ex deputado, que assim figurou por mais ou menos 20 anos, pai do atual prefeito e de um recém eleito deputado, pois ele hoje responde hoje no Tribunal de Contas de Minas Gerais como presidente do sei lá de quê. Ele e a família estão muito bem. A cidade é que não está. Ruas entregues ao abandono, cratera aberta num antigo bairro da cidade onde trafega a maioria dos veículos, e que ultrapassam a quantidade de 40 mil, postos de saúde abandonados e funcionando em casas alugadas ou em imóvel improvisado, escolas em situação de risco de desabamento, não se pode sair de casa depois das 22 horas porque os constantes assaltos acontecem, prédios sendo roubados durante o dia, como noticiou hoje o jornal A Notícia, o centro da cidade ficando sem água desde terça feira última, hoje é sexta, gerente do hospital aceitando uma audiência pública na Câmara Municipal com 30 dias de antecedência e comunicando cinco dias antes que não mais poderá fazer a audiência, apresentando motivos que não convencem, e mais um monte de coisas que nem dá para apontar. Isto tudo acontecendo numa cidade que, em seu início, teve uma aula administrativa exemplar, mas que se perdeu diante a podridão política e a ganância de seus "coronéis". Aí perguntarão: e o povo, não reage? E eu respondo: o povo continua cantando a música do Zé Ramalho, ÔÔÔ VIDA DE GADO/ POVO MARCADO, Ê/ POVO FELIZ!

Nenhum comentário: