sexta-feira, 25 de março de 2016
A desorganização administrativa do nosso país é uma coisa fantástica. E se mostra muito mais evidente na era tecnológica. A máquina mental funcionava e, em meus devaneios, me reportei ao Brasil ainda colônia e fui constatando: sem qualquer tecnologia, Oswaldo Cruz punha fim à febre amarela. Da mesma forma, Carlos Chagas descobria a origem da doença que levou o seu nome. Um outro brasileiro inventava a abreugrafia, Manoel Dias de Abreu, abrindo espaço para o Raio X e hoje a mais sofisticada, que é a tomografia computadorizada. Tudo sem qualquer tecnologia, e sem inventivos do governo. Hoje, quando o homem visitou a lua e prepara-se para o seu ingresso à Marte ( se bem que eu não acredite, mas a opinião é pessoal), vemos o mosquito Aedes aegyptis, o mesmo que matava a população de febre amarela, ceifando vidas por estar impregnado de outras progressivas substâncias infecciosas. E com toda a tecnologia à nossa disposição, inclusive quando fazemos transplantes e implantes de órgãos, coisas que os nossos heróis cientistas do passado jamais imaginaram que aconteceriam. E aí vale ressaltar, sem qualquer conotação política ou ideológica, até porque essa não é a pauta, o que foi dito pelo general João Batista Figueiredo em sua posse, que não descansaria enquanto não erradicasse a paralisia infantil do país. E erradicou. Enquanto isso, o Aedes aegyts vai fazendo as suas vítimas no país inteiro. E olha que é um país proclamado como a sétima economia do mundo. Vê-se, claramente, que a gestão pública brasileira, em outras ocasiões, mas, principalmente agora, sofre desvios de condutas administrativas, onde as coisas essenciais são relegadas a planos inferiores, como a saúde e a educação, para darem lugar a uma copa do mundo de futebol, a construções inacabadas de creches, a desvio de um rio cujas obras não deverão ter fim e socorros financeiros a países que, pelo que se divulga e se propaga, estão muito à frente do Brasil nos quesitos saúde e educação, como é o caso de Cuba. A figura fictícia criada por Machado de Assis, Brás Cubas, criou o slogan "Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil". O mesmo slogan pode ser usado agora com respeito ao Aedes aegypti. E é preciso ir mais longe. Há outras pragas daninhas nos corroendo. Temos um mal que não há vacina que cure. É o mal moral, que vem sendo disseminado através do tempo e formando pulhas em vez de homens. Formando cadáveres, Formando o pior dos insetos, pois não nos transmitem febre, não nos acamam. Nos matam nos corredores dos hospitais, nos matam nas esquinas das ruas, a tiros, nos matam de analfabetismo de um ensino que se perpetua primário e nos arrasta para os guetos da fome e da miséria, impondo a caridade como forma de cidadania.
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